Hoje eu vi um gênio na tv.
Um gênio de quase 102 anos.
Um gênio de quase 102 anos... em atividade!
Coisa incrível!
Quem mais poderia ser, senão Oscar Niemeyer?
Ele mesmo!
Um gênio de quase 102 anos em plena atividade profissional!
Um gênio de quase 102 anos em plena atividade profissional!
Como é que pode?!
Qual o seu segredo de tanta disposição, lucidez e longevidade? Acho que sei a resposta: paixão pelo que faz, fazendo.
Em tantos anos de carreira, ele parece nunca ter dado trégua à sua mente.
Apesar de ser ateu (que lástima, meu Deus!), ele construiu uma trajetória de vencedor. Num mundo tão competitivo, dar credibilidade ao seu próprio nome como uma marca de sucesso é, sem dúvida, uma conquista pra poucos.
Essa é sua obra-prima!
Não é todo dia que vemos alguém ser referência mundial em sua área. Ainda mais um brasileiro, que não recebe incentivos educacionais do governo e tem que ir à luta por obra e graça de sua própria força de vontade.
Mas Oscar Niemeyer chegou lá!
Não é todo dia que vemos alguém ser referência mundial em sua área. Ainda mais um brasileiro, que não recebe incentivos educacionais do governo e tem que ir à luta por obra e graça de sua própria força de vontade.
Mas Oscar Niemeyer chegou lá!
Assim como Bach está para a música erudita, Shekespeare para a literatura, Michelângelo para as artes plásticas, Pelé para o futebol e Joelma para o Calypso, Niemeyer é sinônimo de arquitetura.
Apesar de toda a sua genialidade, é bom lembrar que ele não é infalível!
Embora não trabalhe na área, meu marido é formado em Engenharia Civil pela UFMG e na faculdade os professores falavam fria e abertamente que muitos dos projetos de Niemeyer foram reprovados porque são inviáveis!
Trazendo essa informação pro meu mundo, isso equivale a um compositor fazer uma música com solo de flautim (um instrumento agudíssimo) na região do dó 1 (notas abissais, de tão graves! Se você não entendeu nada, basta saber que é impossível!)
Trazendo essa informação pro meu mundo, isso equivale a um compositor fazer uma música com solo de flautim (um instrumento agudíssimo) na região do dó 1 (notas abissais, de tão graves! Se você não entendeu nada, basta saber que é impossível!)
Mesmo assim, toda a sua obra que veio à realidade ao redor do planeta, revela seu brilhantismo inovador, imprimindo no seu trabalho um olhar mais humano e ecológico, bem como uma grande valorização do belo e não só do funcional.
Como todo gênio, ele influenciou gerações. Que privilégio!
Falando em privilégio, minha querida Belo Horizonte é, talvez depois de Brasília, a cidade com mais obras de Niemeyer; uma espécie de showroom, um verdadeiro curriculum concreto dele.
Tudo começou nos anos 40, quando o então prefeito de BH, Juscelino Kubitschek, contratou um jovem e desconhecido arquiteto pra mudar o eixo de desenvolvimento da capital pra zona norte da cidade, a Pampulha. E o resultado é adorável! Uma região linda, cujas obras não têm prazo de validade, pois continuam modernas. (Eu amo aquilo lá!)
No complexo arquitetônico da Pampulha estão a Casa do Baile, o Iate Tênis Clube, o Museu de Arte da Pampulha (antigo cassino) e a mais famosa delas: a igreja São Francisco de Assis que, pra nós, sempre será "a igrejinha da Pampulha".
Pausa para um pequeno "causo": como pianista, eu tive o privilégio de tocar aí, há muitos anos atrás, num casamento inesquecível, pois os noivos namoraram (pasmem!) por 13 anos e, com muito bom humor, eles escolheram, como música da saída, o "Aleluia" de Haendel! Foi muito engraçado e todos os convidados adoraram.
Há um outro trabalho de Niemeyer em BH, que eu e todos os mineiros adoramos: é o edifício Niemeyer, que fica na Praça da Liberdade, zona centro sul da cidade, mas que também é conhecido como o "prédio do piano". Veja porquê:
Como se não bastasse tudo isso, eis que os belorizontinos estão às portas de serem brindados com mais uma grande obra do grande mestre Niemeyer: o Centro Administrativo do Governo de Minas Gerais. E dessa vez quem encomendou o trabalho foi o nosso governador Aécio Neves.
Se a obra é eleitoreira, que ninguém duvide! Por acaso existe algum político que dê ponto sem nó?! Ainda mais às vésperas de eleições?! (Não ponho a mão no fogo nem pelo Aécio que é uma gracinha e por quem tenho muita simpatia!) Mas é uma obra necessária, que vai gerar grande economia pro estado, pois vai juntar num só ponto, 16 mil funcionários públicos, até então dispersos em 53 endereços diferentes e alugados, espalhados pela capital.
Olha que beleza sem par!
Como diria o meu querido e saudoso vô Bida: "um colosso!"
Faz tempo que passei aí em frente, mas sei que a obra está bem adiantada. Tanto que agora em janeiro o governador e alguns funcionários já começam a trabalhar no novíssimo QG e o que ouvi no rádio é que até julho de 2010 todos os outros funcionários já estarão trabalhando aí também.
Portanto, se você não mora em Belo Horizonte, mas algum dia pretende nos visitar, não se esqueça de incluir o Centro Administrativo no seu roteiro turístico.
Pra quem quiser conhecer um pouco mais dessa obra magnífica, vai aí um link onde você pode fazer um tour virtual super bacana.
Centro Administrativo do Governo de Minas Gerais
E VIVA NIEMEYER!
Quando passei por BH este ano, não tive tempo para visitar a Pampulha, quem sabe na próxima. rs . Você falou que BH tem uma espécie de showroom do Oscar Niemeyer, um verdadeiro curriculum concreto dele... bem, o que me incomoda nas obras dele é exatamente o uso de muito concreto, de qualquer forma, são obras belíssimas . Acabei de assistir o vídeo com TOUR, puxa que espetacular.
ResponderExcluirÉ verdade, Josemauros, é muito concreto. Se bem que no complexo da Pampulha há uma parceria muito feliz das obras do Niemeyer com o paisagismo do Burle Max.
ResponderExcluirO jardim do Museu é maravilhoso!
O que eu acho negativo nas obras do Niemeyer é que ele se preocupa muito pouco com a funcionalidade. O "prédio do piano" mesmo, vc já pensou que horror pra uma dona de casa distribuir os móveis num ambiente redondo?!
Afe!
Mas que ele é um gênio, isso ninguém discute, né?