domingo, 3 de janeiro de 2010

Quando a máscara cai


O jornalista Boris Casoy (ex-SBT, ex-Record e, possivelmente, ex-Band), nunca foi um âncora de telejornal que me despertasse interesse ou me chamasse a atenção. Apesar de seus esforços para marcar a história do jornalismo brasileiro e ser reconhecido como um homem de grande credibilidade, digno porta-voz de uma nação indignada, fazendo do seu jargão ("isso é uma vergonha!") o apogeu do mais raivoso protesto, capaz de ferir a consciência dos maus e reduzi-los ao pó... eu sempre vi nele um "Q" de Flávio Cavalcanti, aquele perfil de extrema Direita (Arena, PDS e afins), sabe como? Mesmo assim, pra mim, ele não cheirava nem fedia. 
Só que agora, eu e toda a nação descobrimos que ele fede  e fede muito!




Como praticamente não assisti tv na quinta e na sexta últimas, só ontem eu vi no Kibe Loko uma notícia que me estarreceu: na edição do dia 31 de dezembro, o Jornal da Band exibiu, no final de cada bloco, mensagens de pessoas comuns, desejando um feliz ano novo aos telespectadores. 
Depois do depoimento humilde e sincero de dois garis, sem perceber que o áudio estava aberto e, principalmente, sem imaginar que sua máscara de grande defensor da moral e advogado da ética tinha prazo de validade, o sr. Boris Casoy, com todo o sarcasmo próprio dos hipócritas, solta a seguinte frase: "Que merda! Dois lixeiros desejando felicidades do alto de suas vassouras! Dois lixeiros! O mais baixo da escala do trabalho!"


QUE GRANDE BABACA! 


 Como é que pode haver gente assim?!


Ainda mais ele, descendente de judeus, que tinha a obrigação de saber quão hediondos são o preconceito e essa idiotice de superioridade!


Então quer dizer que os garis não têm o direito de sonhar com dias melhores?! 
Eles são inferiores só porque ganham pouco dinheiro?! 
Como seria a nossa vida sem o trabalho deles?!
Quem é realmente o ser inferior e desprezível nessa história?!


PODRE!



Ah! No dia seguinte, ele pediu desculpas, mas eu pergunto: pra quê pedir desculpas, se é isso o que ele pensa?! 

Pra quê pedir desculpas, se ele se revelou um nazista ridículo e deve estar mais preocupado com a repercussão negativa que pode prejudicar sua carreira profissional, do que propriamente com os sentimentos de toda uma classe trabalhadora?!


http://frasesilustradas.wordpress.com/


A gente pede desculpas por algo que fez sem querer, involuntariamente  (o que não foi o caso!) ou pede desculpas quando sinceramente reconhece uma grande besteira que fez e a confessa com toda a tristeza e humildade, com o firme propósito de nunca mais repetir aquilo!

O pedido de desculpas do sr. Boris Casoy  não convenceu ninguém! Foi tão frio e burocrático quanto a forma como ele mesmo daria a notícia da demissão do  assistente do acessor finaneceiro do sub-secretário do Ministério da Integração Nacional.

Ninguém falou de sua companheira de bancada, a jornalista Milena Machado, mas sua risadinha cúmplice também foi abominável! 

Olha, devo dizer que eu já fui muito afoita e impetuosa na defesa das minhas bandeiras, mas hoje me preocupo mais em ser pacificadora, sem abrir mão de ser sempre uma cidadã consciente, claro! A atitude do Boris não foi uma gafe e sim, uma demonstração do seu mau caráter; mas mesmo ele merece uma segunda chance, caso venha a se arrepender, pois as pessoas mudam e, acima de tudo, quem promove a justiça não somos nós.  Só que um negócio desse merece o nosso desabafo, por isso, como grande apreciadora do "estilo Mahatma Ghandi" de agir, sou a favor do protesto pacífico, afinal, mesmo no calor da raiva e indignação, a gente tem que ser civilizado e medir muito bem as palavras, justamente pra não cair no erro de falar coisas das quais venha a se arrepender depois. 
Não quero ver o Boris mofando na cadeia, muito menos apanhando nas ruas, apenas quero dar a ele o que ele sempre distribuiu por aí, pra pessoas tão execráveis como ele próprio se mostrou nesse lastimável episódio: 





Boicote nele, Brasil!




2 comentários:

  1. Belíssimo texto! Faço minhas as suas palavras, foi realmente uma demonstração de mau caráter o que ele fez. Chega a ser ridículo uma pessoa se sentir superior a outra, por qualquer que seja o motivo. Beijos e sucesso!

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