quarta-feira, 24 de junho de 2009

Festas juninas


Coisa mais linda é festa junina!

Que graça é o colorido da decoração do 'arraiá', a indumentária cheia de rendas e remendos, a quadrilha, os fogos e a fogueira, a música, as comidas típicas... que delícia de festa!

Tudo tem uma pureza que muito me comove.

Eu nunca participei ativamente de festa junina, só como plateia mesmo, até pque morei em Caruaru-PE e Campina Grande-PB, as duas cidades nordestinas rivais, que disputam entre si, o título de "maior festa de São João do mundo".
(Do mundo?! Que megalomania é essa, minha gente?! Por acaso existe festa junina fora do Brasil?! Afe!)

Eu era criança mas me lembro que nessa época do ano, tanto numa como noutra, a cidade pegava fogo! Literalmente!
Cada rua tinha seus enfeites e várias fogueiras ao longo das calçadas; as famílias reunidas conversando e se divertindo na porta de casa; a meninada se esbaldando de tanto brincar... era bom demais!


É incrível ver como o nordestino ama suas raízes e luta para conservá-las sempre vivas e fortes!
Lá, no meio do ano, tudo para em função do São João: as férias dos estudantes coincide com as datas católicas dos "santos juninos"; as costureiras têm o seu natal antecipado; o comércio ligado à festa lucra que é uma beleza; o turismo bomba... e por aí vai.

Mas...(sempre tem um "mas", né?) por causa da ganância (sempre ela!), lá vai a festa junina descambando pra descaracterização!
Que tristeza!

Esses dias eu vi na tv que existem tres tipos de quadrilha: a tradicional, a matuta e a estilizada! (Estilizada?!)
Esse ano uma quadrilha de Maceió tem como tema, a presença japonesa no estado. (Tema?! Como assim?!)

Será que ainda veremos a festa junina virar uma espécie de "carnaval matuto", com direito àquele luxo insano, forró-enredo, alas mil e mulheres nuas aos milhões?!
Ah, não! Por favor!

Eu garanto que não sou uma pessoa retrógrada, pelo contrário; mas convenhamos: tem certas tradições que não devem "evoluir". Não podem "evoluir" pque se não, acontece o que temos visto: uma festa popular tão singela, sendo corrompida e adulterada!

Festa junina é a vida e os costumes da roça exaltados e celebrados!
É quando o urbano se volta pro interior e se permite olhar com carinho e alegria pras suas origens.

Ai gente, por favor, não mexam na festa junina!

Viva a tradição!



domingo, 14 de junho de 2009

Pontualidade

Eu sou pontual. As vezes me atraso, é verdade, mas chegar antes da hora marcada é sempre o meu alvo!
Não só porque entendo que a pontualidade carrega dentro de si outras virtudes como organização, compromisso, responsabilidade, dedicação, respeito ao próximo, mas também porque descobri que tenho pressa!
Sim, eu sou pontual porque tenho pressa!
Tenho pressa de fazer acontecer, de experimentar, de me jogar, saber logo o resultado, ver logo a cara do produto final...
Eu tenho pressa de viver e isso não é legal, sabe?

A pressa carrega dentro de si a ansiedade, a impaciência, a intolerância e uma auto-cobrança desumana!
Sem contar que ela pode, inclusive, levar à soberba! Quer coisa pior?

Ter pressa faz a gente perder muita coisa boa da vida, por exemplo, perder de enxergar novos detalhes do processo ou de saborear as surpresas do percurso.
Ah, pressa maldita!

Eu sei que é possível ser pontual, sem ser apressada; desacelerar o ritmo, sem perder a praticidade; caminhar mais lento, sem ser por uma limitação imposta pela velhice que, mais cedo ou mais tarde, sempre chega.
Quando eu conseguir isso, acho que vou começar a ser sábia!

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Autenticidade

Coisa triste é ver como esse mundo é cheio de "maria vai com as outras", né?
Ô meu pai!

Eu nunca sei se fico com raiva ou com pena!
Nunca sei se isso é fraqueza das ideias ou avoamento!
Nunca sei se é porque a pessoa é simplória ou songamonga mesmo!

Pôxa, é tão legal ver a diversidade de personalidades, o jeito único de cada um!
É tão legal existir a idiossincrasia!

(Hã?! Que palavra é essa?! Vamos lá, eu te ajudo: I-DI-OS-SIN-CRA-SI-A. Sim, dois hiatos na palavra!)

Idiossincrasia nada mais é que o modo todo peculiar de cada pessoa ver, interpretar, sentir e reagir diante das situações.
E cada qual com a sua individualidade é o que torna os relacionamentos mais ricos e a vida mais interessante.

Só que, não sei porquê, tem pessoas que negam sua personalidade e vivem a imitar os outros; vivem igual uma folha de papel ao vento, sendo levadas pra lá e pra cá; ou então se anulam pque não gostam da ideia de ser diferente dos demais e lutam pra se igualar na mediocridade.
Isso envolve a moda, gírias, comportamento, atitude... mesmice total!
Tristeza, viu?

Claro que o ser humano é influenciável e, até um determinado ponto, isso é normal e aceitável, mas tudo tem limite!
Muitos são os fatores que contribuem para a formação da personalidade: a cultura do lugar, o meio ambiente, o tipo de atividade... mas cada um tem uma história particular, que o torna único.
Por que achar que isso é ruim?!


Eu confesso que tenho bastante preguiça, por exemplo, de certos itens da moda que logo viram uniforme. Não pelo uso massificado em si, mas porque me parece imposição da mídia, da novela, de um grupo social, sei lá! Não estou falando de uniforme do colégio, da empresa ou do Coral, mas itens como florzinha de croché no cabelo, bolerinho, agora essa moda indiana... Quem lembra daquela horrenda sapatilha preta de pano, com uma flor pintada na frente, obrigatória nos anos 80?
Credo!

Tem algumas coisas da moda que eu acho lindo, mas quando vejo todo mundo usando, já me bate um desânimo...
Eu me lembro que quando surgiu a Melissinha eu endoidei, queria garantir o meu par... mas ao ver a onipresença da dita cuja, desisti!
Mesmice é muito monótono, gente!

Obviamente não tem problema nenhum usar coisas que todo mundo usa; a calça jeans tá aí pra nos provar isso! A grande questão é saber se você usa espontaneamente, porque realmente gosta ou porque tem vergonha de não usar, mesmo não se identificando com aquele produto!

Deve ser por causa disso que a gente vê cenas horripilantes pelas ruas, como gente gorda usando roupa coladíssima, com as banhas todas à mostra; gente nanica com bota cano-longo, parecendo um tamborete de forró; idosas serelepes, crentes que estão abafando com uma roupitcha bem nada a ver...
O problema é o espírito de manada: você vai porque é levado pelos demais!
Derrota!

Eu entrei nessa, infelizmente: já fui uma pseudo-fã do Menudo só porque todas as meninas na minha classe eram e eu ficava com vergonha de ser a única que remava contra a maré!
Olha só, que tolice!
E lá ía eu, toda animada, querendo me convencer e me converter à onda do momento:
"Não se reprima! Não se reprima!"
(Afe!)
Tinha vergonha de dizer que gostava do "Earth, wind and fire", uma banda que ninguém conhecia!
O que me consola é que isso foi num período delicado na vida da maioria, a adolescência, e já passou!

Já há algum tempo eu não tenho o menor problema em assumir, por exemplo, que:
- gosto de política. Com uns 9, 10 anos de idade eu adorava ir a comícios e brigava na escola por causa de política. Eu era MDB e rolava no chão contra o povo da Arena. (Naquela época havia diferenças ideológicas reais entre os partidos!);
- tem gente que acha o Caetano Veloso um gênio, só porque "pega bem" e passa um ar de intelectual. Claro que existe quem realmente aprecie sua música e esse direito deve ser respeitado; mas pra mim aquele seu repertório é um horror! O cara não fala nada com nada!
João Gilberto, então, que é altamente cultuado mundo afora, é um pós-doutorado em chatice! Quem já viu um artista ser mau humorado, grosseiro e hostil com o seu próprio público?!
(Tudo bem, pode ser que minha mente é que não alcança "aquilo tudo", né?)
- não vejo graça na atuação de Fernanda Montenegro. Já pelejei, mas não consigo. Com exceção do show que ela deu em "Central do Brasil", ela não me passa verdade na interpretação; muito artificial. Mil vezes a filha dela!
- adoro músicas da categoria bolero;
- não curto música sertaneja, mas já chorei de emoção assintindo ao dvd do Buno e Marrone;
- acho bonita a voz da Carla Perez;
- pro desespero do meu marido, acho Lenny Kravitz um gato!

I am what I am!
Viva!

Gabriel, o pensador tem uma frase ótima, que fecha em grande estilo essa prosa:
"Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo."



segunda-feira, 1 de junho de 2009

Você sabe que está ficando coroa quando...


... vê que está cada vez mais caseiro;
... não troca nenhum programa diferente e bacana por sua sacrossanta noite de sono;
... tem a sensação cada vez mais forte que o mundo está sendo dominado pelos jovens;
... tem pânico de se agachar, mas se for mesmo preciso, faz uma estratégia mental pra descer e subir com sucesso;
... se emociona mais facilmente;
... sua listinha de remédios diários está só aumentando;
... sabe na ponta da língua a diferença realista entre supérfluo e gênero de primeira necessidade;
... sente a maior aflição ao ver a magreza das modelos na passarela;
... se irrita com os hit's musicais do momento;
... vê perigo em tudo;
... a tônica do seu papo são seus grandes feitos do passado;
... as dores pelo corpo afora, tem sido companheiras cada vez mais fiéis;
... seu maior sonho é fazer um cruzeiro;
... conta uma piada e percebe que os mais jovens estão ruborizados ou abandonando o recinto;
... começa a desenvolver a maior neura com a saúde e fica enlouquecido pra entrar numa academia, comer alimentos mais naturais, tentando compensar os abusos da juventude;
... não entende como pode haver pessoas que gostam de esportes radicais;
... o máximo de adrenalina que se permite é assistir a um filme de suspense, ler um livro de aventura ou passar a 5ª marcha do carro;
... passa a admirar e até a invejar a disposição dos jovens pro topa-tudo;
... de vez em quando se pega falando "porque no meu tempo era assim...";
... enche a boca pra dizer que detesta computador;
... acha um absurdo a escrita moderna dos jovens (naum, msg, sdd, vc, tb, fds, valew);
... insiste em usar camisa de malha com a manga (que já é curta) dobradinha, achando que isso ainda é usual;
... adora programas do tipo "revival";
... conhece bem o significado de expressões como 'reacionário', 'subversivo' ou 'fulano é um pão';
... critica tudo que os mais jovens fazem, com a certeza de que você faria muito melhor;
... não perde nenhum musical de fim de ano na tv do Roberto Carlos;
... exerce muito mais o papel de conselheiro do que de aconselhado;
... seu bichinho de estimação é uma ave;
... cogita a possibilidade de ir passar as próximas férias em Caldas Novas;
... sente uma atração irresistível com a ideia de cultivar sua própria horta;
... não sabe manusear nenhum gadget ou, pior ainda, nem sabe o que é gadget! (Disfarça e vai ali no Google dar uma pesquisada);
... conversa, debate, fica intrigado e até escreve sobre o tema!